segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Artrópodes marinhos

Estima-se que existam cerca de dois milhões de espécies de organismos já descritos de todos os habitats. Organismos que habitam o ambiente terrestre têm sido amostrados em maior quantidade do que os aquáticos. Entretanto, os mares são muito mais ricos em níveis taxonômicos. Dentre os diversos grupos de organismos que vivem no ambiente marinho destacam-se os artrópodes.
Os artrópodes constituem cerca de 80% de todas as espécies de animais conhecidos. A enorme capacidade adaptativa desde grupo, fez com que estes conseguissem habitar em praticamente todos os ambientes, dentre eles o marinho.
Os Trilobitomorpha foram artrópodes marinhos de grande abundância no paleozóico, hoje já extintos. Eles ocuparam uma diversidade muito grande de habitats, desde recifes até oceanos profundos, bentônicos ou livre-natantes. Possuíam diversos hábitos alimentares, com indivíduos herbívoros, filtradores, necrófagos e até predadores . A diversidade gigantesca desse grupo pode ser bem exemplificada em uma espécie chamada Agnostus pisiformis. Neste o escudo cefálico e o pigídio eram utilizados de forma parecida a das valvas de um ostrácode. Além do mais, levando em conta os hábitos alimentares, já foi levantado que este poderia atuar como parasita .
Os Hexapoda por sua vez compreendem, de longe, o grupo com maior número de espécies. Entretanto, somente alguns poucos representantes são marinhos, sendo que 20 ordens têm representantes marinhos. Existem representantes dos Coleoptera, Hemiptera e Diptera, mas os únicos espécimes de insetos que vivem em mar aberto são os do gênero Halobates, embora eles vivam na interface ar-mar. Esses insetos são conhecidos por se deslocarem por sobre a água. Das 46 espécies pertencentes a esse gênero somente 5 são oceânicas, ou seja, vivem em mar aberto, as demais vivem em proximidade ao litoral . Os demais insetos marinhos são conhecidos assim por ter pelo menos um dos estágios de seu desenvolvimento em ambiente marinho. Pode-se pegar, como exemplo, ninfas de alguns gêneros de Odonata, popularmente conhecidas como libélulas, lagartas de espécies de Lepidoptera, Orthoptera (gafonhotos) e algumas poucas espécies de Hymenoptera, formigas.
O subfilo Chelicerata constitui um grupo que inclui as aranhas, escorpiões, ácaros, carrapatos, opiliões(Classe Arachnida), e ainda outras duas pequenas classes (Merostomata e Pycnogonida). Dentro da classe Arachnida, existe a ordem Acari, representado pelos ácaros. Estes apesar de viverem predominantemente em ambientes terrestres ocuparam com sucesso os ambientes aquáticos. Contudo, a classe Merostomata e Pycnogonida são mais representativos no ambiente marinho.
Os Merostomata, conhecidos popularmente como caranguejos-ferradura ou límulos (da ordem Xiphosura, que inclui espécies viventes), são quelicerados aquáticos caracterizados por cinco ou seis pares de apêndices abdominais modificados como brânquias e um telson articulado em forma de esporão. Podem ser encontrados na costa noroeste do Atlântico, no Golfo do México, ao longo das costas asiáticas do Japão e Coréia até as Índias Orientais e as Filipinas. Estes vivem em águas rasas sobre fundos macios, migrando para a superfície, no período de acasalamento. Os Euripterida, também pertencentes à classe Merostomata, são comumente conhecidos como escorpiões-marinhos, e já foram extintos. Eram bastante diversificados no Paleozóico, possuindo cerca de 200 espécies. Estes eram predominantemente aquáticos, atuando como grandes predadores de sua época, podendo atingir tamanhos próximos a 100 cm. São os maiores artrópodes já conhecidos, tendo exemplares que atingiram até 2,5 metros de comprimento. Os Pycnogonida constituem um grupo de cerca de 1.000 espécies marinhas, conhecidos popularmente como aranhas-do-mar. Vivem estritamente nos oceanos, desde o ártico e a Antártida até os trópicos, em diversas formas litorâneas, como espécies que vivem em regiões abissais.

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